quarta-feira, 13 de junho de 2012

A BYD e o sonho paulista


Uma feliz e competente exceção na China, a BYD se notabiliza pela qualidade de seus veículos eléctricos, tanto quanto pelo respeito à propriedade intelectual e aos funcionários, isto uma raridade por lá. Eu, como não confundo boas iniciativas particulares com atrocidades de um regime, espero que a marca desembarque por aqui rapidamente.

Já falei do bote que está construindo para o mercado brasileiro, construindo uma fábrica no mercosul para trazer o volumoso hatch e6, com suas baterias de phosphato de ferro. Pois São Paulo testará o ônibus K9 no transporte público. Trata-se de um projecto da fundação William Clinton J. Junior, que beneficiará outras cidades sul americanas.


É uma possível aposentadoria para os trólebus e sua dependência da rede aérea, a longo prazo. O veículo pode rodar 250km sem recarga, embora haja uma versão que roda 400km, que com as baterias totalmente esgotadas, possibilidade extremamente remota, é reposta em 3h30min na tomada. A máxima é condizente: 90km/h, como qualquer ônibus normal. Rodando às baixas velocidades do trânsito paulista, ele poderia passar o dia todo na linha que ainda sobraria muita carga.

Os motores são sabiamente instalados nos cubos das rodas, sem as perdas de transmissão e riscos de quebras por abusos, além de ser um alívio para o motorista.


Longe de qualquer condição especial, os K9 será usado no caotismo real da megalópole, sujeitos a tudo, exceto combustível adulterado. Tudo para a confecção do relatório para o CCI, Clinton Climate Initiative, programa que o ex-presidente põe em prática, em vez de simplesmente protestar contra tudo isso que aí está.

Para a BYD será uma oportunidade de ouro para fazer sua fama em território nacional, antes mesmo de começar a vender o e6 por aqui. Lembrando que foi a van Besta que fez a boa fama da Kia. Então posso dizer sem medo, que o K9 é um cavalo de tróia que Clinton deu de graça para o e6.


Antes que alguns torçam seus narizes, relembrem que eu já publiquei aqui um artigo sobre a Denza, marca que a BYD formou com a Daimler-Benz para produzir eléctricos de luxo. Os alemães são muito enjoados com qualidade estrutural e confiabilidade.


Website da Fundação Clinton, clique aqui.
Website da BYD, clique aqui.

2 comentários:

  1. Só tem um detalhe: ouvi dizer que a SPTrans proibiu ar condicionado nos ônibus novos. Será que a ausência do compressor e de toda aquela parafernália (tubulações de gás, caixas evaporadoras e condensador) além de um alívio de peso já dá uma melhorada nessa autonomia? A propósito: a velocidade operacional no transporte urbano normalmente é limitada a 60km/h.

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    1. A melhora na autonomia é discutível, não estou certo se compensa a perda do conforto, já que se trata de um veículo de grande porte, com muita potência instalada e uma estrutura naturalmente pesada. E olha que eu passo mal com ar condicionado, não teria do que reclamar.
      Sessenta por hora é quase utopia no trânsito paulista, no caso a velocidade máxima é usada em vias expressas e interurbanas. O Brasil é um (des)caso à parte.

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